Quem não tem uma história pra contar sobre o centro da cidade? Dos pastéis nas lanchonetes aos bate papos na “rua dos homens em pé”, as compras nas lojas, a simples “lidinha” no jornal na banca, com aquela brisa incomparável naqueles corredores largos com vistas agradáveis para onde quer que se olhe. Quem é que não sabe quanto tempo se faz de casa até o Centro, e o melhor caminho? Qualquer ônibus vai pro Centro. Quando tem… É uma fileira de lembranças que nos remontam aos tempos passados, nossos familiares, nossas raízes, nossos valores. Lembrar do Centro, antigamente, faz bem a gente.
A tradição do calçadão, os arredores, o arcabouço arquitetônico inspirado em Portugal, os requintes europeus, a praça São Salvador, que por exemplo foi inspirada na ‘Champs Élysées’, importante avenida em Paris, são riquezas que, em sã consciência, nenhum governante que se preze poderia deixar se perder dessa maneira. Quem pretende conservar os valores mais importantes de uma cidade precisa, obrigatoriamente, manter suas tradições e origens. O centro de uma cidade é como o sorriso de uma pessoa.
Só que esse Centro já não existe mais, não é nem de longe como era antes, e é aí que se analisa os fatores de transformação, o que nos fez chegar até aqui, porque motivos esse cartão postal foi esquecido, abandonado, sendo ele e seus arredores com seu tradicional comércio o maior polo empregador da cidade. Sendo a cidade governada e o Centro comercial histórico representado por pessoas de plena capacidade mental e minimamente dotadas de consciência valorativa, como pudemos chegar até aqui? E é aí que nasce a indagação: chegamos até aqui, ou fomos trazidos? Ora, se as pessoas que nos governam, se os entes que se unem em prol de um objetivo comum não conseguem dar solução para problemas de ordem corriqueira, do dia a dia, nos faz pensar que o movimento pode não ser aleatório, mas voluntário.
É consenso entre as sociedades de classe que representam o comércio da cidade, que o Centro comercial histórico de Campos está em fase terminal de uma “doença” aparentemente incurável, que congela investimentos na área, não atrai novos investidores e não bastasse, prejudica os que ainda tentam resistir, ali. A perceber, essas ações, ou inações, que podemos chamar de enfermidade, atinge o âmbito moral, passeia pela incompetência e não fica devendo visita a ineficiência. Esses entes, unidos, deveriam ser mais que suficientes para resolver os problemas. Porém, dentre os ditados que havemos de respeitar, está um dos mais antigos: a esperança é a última que morre…
1 comentário
Esse texto descreveu exatamente e infelizmente,sobre a decadência que chegou faz muito tempo,e que os olhos daqueles que poderiam e podem fazer algo, estão vendados em suas próprias conveniências.
Triste realidade!!😞