Estima-se que hoje em dia uma criança de sete anos de idade tenha mais informação do que imperador Romano, na época. O fluxo de dados na internet é uma avalanche jamais imaginada, mas há uma contradição nesses termos, pois onde a fidedignidade era para reinar, a contrário senso, a desinformação progride em abundância. E não estou falando apenas no âmbito das fake News, onde ambos os lados da doença ideológica promovem dia e noite uma enxurrada de desinformação, estou falando dos “bem intencionados”, os “influencers”, “coachs” e gurus de toda sorte espalhados por aí.
Na verdade é um time de “professores” que sequer aprenderam o que estão tentando explicar. Visivelmente a vulnerabilidade da população virou um mercado, onde basta o cidadão ou a cidadã ser famosa e por qualquer motivo que seja, um acidente na rua, uma traição que sofreu e publicizou isso, enfim, botou a cara na internet já começa a “influenciar” pessoas (risos). É impressionante como a falta de personalidade tem dado espaço a tanto malandro ganhar dinheiro, viver na xepa e deixar de trabalhar pra ficar na internet tentando a vida.
Meninas e mulheres fazendo dancinhas, vídeos dos mais chulos possíveis, sonhando em viralizar e começar a ganhar dinheiro com isso, o que vira alvo, inclusive, para sites e plataformas de venda de fotos e conteúdos para adultos. Não por acaso é um mercado que não para de crescer. Até quando a futilidade vai ocupar o espaço da busca pelo conhecimento, pela virtude, por práticas valorosas, honradas e nobres? É triste ver pessoas se prostrando como fantoches do mundo virtual, enquanto aumentam em demasia a ansiedade, as frustrações e as depressões, também. Na era das IAs, quem quase está virando robôs somos nós.
Na China e em todo o mundo já existem centenas de hospitais que tratam necessariamente de doenças psicossomáticas causadas por frustrações com baixa nos likes e visualizações. WhatsApp virou moda ouvir na velocidade 2x, o que segundo especialistas aumenta cada vez mais nosso nível de ansiedade. Feed do Instagram e Facebook é consumido cada vez mais rápido e com olhares para vídeos cada vez mais curtos, o que também aumenta a dificuldade de se saciar a “dieta de alimentos virtuais”. É uma tristeza sem fim quando se analisa o quadro, a boa notícia é que o que menos podemos nos esquecer, é que a volta ao antigo, ao retrô e aos costumes mais simples que o mundo dispões, é o que mais nos supre de momentos de felicidade, paz e lazer. Voltemos, amigos, aos primórdios…