A Cúpula de Líderes do Clima, realizada em Belém, teve desde comédias, com Lula dizendo que dormiria num barco, quando na verdade era um iate que as duas diárias passaram de meio milhão, até o fiasco da própria estrutura de palco, que mesmo com um custo acima de 30 milhões combinou falhas e acidentes prematuros. Colocando em cheque a própria missão da reunião. Mas, passados os vexames, entre os dias 6 e 7 de novembro, os principais temas e desafios que marcarão a COP30 começam a ser discutidos na segunda-feira (10). O encontro reforçou a urgência em acelerar a transição energética, ampliar o financiamento climático e proteger as florestas tropicais, mas também mostrou que ainda há grandes lacunas a preencher.
Veja alguns dos pontos dos principais resultados e expectativas:
1. Combustíveis sustentáveis (Belém 4X) – Dezenove países assinaram um compromisso para quadruplicar o uso de combustíveis limpos até 2035, apostando em hidrogênio, biogás e biocombustíveis. Críticos alertam que a medida não pode substituir o corte na produção de petróleo. Vale lembrar que não raras as vezes, muitos países assinam inúmeros tratados como esse, cumpri-los é o chão que quase sempre desaba.
2. Mercados de carbono – Uma nova coalizão internacional reunindo Brasil, China, UE e outros países busca padronizar regras e evitar fraudes no comércio de créditos de carbono, promovendo transparência e atraindo investimentos.
3. Fundo Florestas Tropicais (TFFF) – Proposto pelo Brasil, o fundo quer remunerar países que preservam suas florestas. Já soma US$ 5,5 bilhões em promessas, mas ONGs cobram maior transparência e prioridade para povos indígenas e comunidades locais. No entanto, as mídias tradicionais apontam que muitas foram as promessas, mas poucas foram as doações, em si. E grande parte dessas ONGs, coitadas, gozam de cada vez menos credibilidade perante a opinião pública.
4. Fim dos combustíveis fósseis – O debate ganhou destaque político, mas ainda carece de metas e prazos concretos. O Brasil defende uma transição justa, embora tenha sido criticado por autorizar novas explorações de petróleo. A verdade é que essa falácia é usada para objetivos escusos e inconfessáveis há anos, e não parece que vai ganhar rumo diferente disso, por agora.
5. Metas climáticas (NDCs) – A maioria dos países ainda não apresentou planos compatíveis com o limite de 1,5°C de aquecimento global. Especialistas cobram compromissos mais ambiciosos e planos de ação reais. Cobram sabendo que o compromisso verdadeiro com isso, no fundo, é quase que um conto de fadas.
6. ‘Mapa do caminho’ – O Brasil quer transformar o discurso da transição energética em um plano global com etapas e prazos definidos, garantindo recursos e critérios justos entre os países. Mesmo sabendo que o que se tem como meta são apenas números aleatórios para apresentar na mídia.
7. Adaptação climática (GGA) – O debate sobre o marco global de adaptação está travado. Países defendem indicadores mais claros, mas sem financiamento adequado, o plano corre o risco de não sair do papel… rs
8. Financiamento climático – Um dos temas centrais da COP30 será quem paga a conta. Países em desenvolvimento pedem mais doações, juros baixos e menos endividamento para viabilizar a transição e a proteção ambiental. Em tese eles sabem que quem deveria financiar isso, só possui condições por ainda não ter assinado esses acordos e não ter financiado essas ações.
9. Racismo ambiental – A Declaração de Belém uniu pela primeira vez justiça racial e ação climática, reconhecendo que os efeitos da crise climática afetam mais duramente povos indígenas, afrodescendentes e comunidades vulneráveis. Isoladas e colocadas em vulnerabilidade pelos próprios dirigentes que ali estavam, por deixá-los carecer dos saneamentos mais básicos que existem.
10. O que esperar da COP30 – Com mais de 50 mil participantes de quase 200 países, a conferência deve focar em financiamento, adaptação e transição energética. O desafio será transformar os anúncios da Cúpula de Líderes em acordos concretos e verificáveis, o que historicamente sabemos que nunca saem do papel. Ou seja, a grande fantasia falaciosa foi feita, milhões gastos e narrativas criadas, no entanto, efetividade nas ações deve ser a última coisa a se esperar disso tudo.
